“Au revoir”
“Adieu”
Nostálgico, não?
A vida é feita de momentos, bons ou ruins, mas sei que todos eles passam. E esta é só mais uma barreira que eu vou vencer, assim como todas as outras que já passaram pela minha vida.
Em homenagem... uma música beeem legal! Com vocês, Chico!
Tem dias que a gente se sente. Como quem partiu ou morreu. A gente estancou de repente. Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa. No nosso destino mandar. Mas eis que chega a roda viva. E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante. Roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante. Nas voltas do meu coração...
A gente vai contra a corrente. Até não poder resistir. Na volta do barco é que sente. O quanto deixou de cumprir. Faz tempo que a gente cultiva. A mais linda roseira que há. Mas eis que chega a roda viva. E carrega a roseira prá lá...
Roda mundo, roda gigante. Roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante. Nas voltas do meu coração...
A roda da saia mulata. Não quer mais rodar não senhor. Não posso fazer serenata. A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa. Viola na rua a cantar. Mas eis que chega a roda viva. E carrega a viola prá lá...
Roda mundo, roda gigante. Roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante. Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira. Que um dia a fogueira queimou. Foi tudo ilusão passageira. Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa. Faz força pro tempo parar. Mas eis que chega a roda viva. E carrega a saudade prá lá ...
Roda mundo, roda gigante. Roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante. Nas voltas do meu coração...
“A Casa dos Budas ditosos era uma espécie de templo onde havia dois Budas. Um macho e uma fêmea, em posições sexuais. Os noivos iam até lá antes do casamento para apalpar os órgãos genitais das estátuas, uma espécie de introdução a um casamento bom de cama”. Trecho do livro “A Casa dos Budas ditosos” de João Ubaldo Ribeiro. Essa é uma história que se passava no Japão de muito tempo atrás, inclusive na Grécia antiga existiam superstições semelhantes como a glande de Príapo, onde as noivas deveriam sentar-se em um trono que tinha o formato de pênis, para terem um bom casamento.
O sexo é uma questão cultural, é necessário para a procriação das espécies, todos os animais o praticam. Mas como somos seres capitalistas e temos de ver vantagem em tudo, alguém algum dia, muitos e muitos anos atrás, resolveu cobrar pelo prazer oferecido por seu corpo. Há pouco mais de dois mil anos, temos notícias de uma das mais famosas prostitutas da história. Maria Madalena é um marco na história da prostituição, a prova cabal de que fé, poder e sexo sempre foram veias de um mesmo corpo.
Hoje a prostituição é banalizada, mas ainda mexe com o instinto e curiosidade de muita gente, então me propus a vivenciar este mundo em três etapas: um chat da internet onde entrei com o nome de “Garoto de Programa” e lá anunciava a prestação de serviços sexuais; uma noite na companhia de garotas de programa que atendem no pátio de um posto de combustível às margens da BR 101; e por último uma noite de observação na avenida centenário em Criciúma, onde travestis, prostitutas e garotos de programa fazem ponto.
Prostituição: Devassidão, corrupção, depravação, ato de libertinagem, ato de desmoralizar, aviltar. Alguns dos termos que definem a prostituição no meio lingüístico são cruéis e nem sempre explicitam a realidade. Como colocar a prostituição de um outro ângulo? É o que vamos descobrir a partir de agora. Entrar no meio da prostituição de início causa medo. O medo social e o medo da violência foram os maiores vilões dessa incursão. O mercado do sexo causa espanto, pessoas dos mais variados valores e estirpes freqüentam este meio de histórias engraçadas, dramas familiares e prazeres carnais.
Minha aventura tem início na terça-feira, dia 28 de abril de 2008. Uma noite em que o tempo se mostra frio, o vento sopra forte, mas o frio maior esta na minha barriga. É a primeira vez que vou me submeter à exposição, e conseqüentemente um pré-julgamento de algum conhecido que por ali me vir, é uma maneira diferente de encarar a realidade, falar de igualdade dentre os seres, julgar os preconceituosos, também é uma forma de hipocrisia, afinal nunca senti na pele o que vou sentir hoje. Cheguei pra “trabalhar” às 23h30min, circulei pelo pátio do posto de combustíveis e numa rápida avaliação vi que muitos eram os clientes em potencial. Várias rodas de motoristas se formavam pelo pátio, conversavam sobre assuntos diversos, circulei por ali por cerca de 20 minutos. Fui até o posto onde sentei e conversei com alguns caminhoneiros sobre amenidades até conseguir entrar no assunto dos programas.
Questionei se era fácil conseguir uma garota de programa pra passar a noite. A partir de então é como se eu tivesse sido aceito no clube, pois o tratamento frio até então dispensado a mim foi se modificando e me deixaram a vontade na conversa, como se fossemos velhos amigos. Contaram suas aventuras com as “putas” da estrada, relataram serem casados, mas que a vida na estrada é muito solitária. Um deles ainda desabafa: “procurar as putas é só pra passar o tempo, por que o “tesão” temos dentro e fora de casa também. É diferente do amor que temos pela esposa, isso é só sexo. E a esposa cuida dos filhos, da casa, e é ela que representa a família na minha ausência”.