quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Nada de Saliências!


Cumprindo meu papel social de jornalista, preocupado com os acontecimentos da humanidade, venho informar, para os viajantes desatentos e apaixonados que ao passarem pela estação de trens de Warrington, na Inglaterra.
Não se assustarem com este cartaz acima, pois o mesmo foi fixado na estação, afim de evitar despedidas longas entre motorista que param e viajantes que deixam o transito interno complicado, a administração do local tomou esta inusitada, e convenhamos, chata decisão.
O jeito é voltar à moda dos lencinhos!
“Au revoir”
“Adieu”
Nostálgico, não?

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Tenho uma laranja! ou um chiclete "Ploc".


Mas, uma laranja tem utilidade quando provoca arrepio, e deixa a boca cheia, salivando. Essa laranja que eu tenho, ocupa um espaço vazio, que um dia já teve inquilino, mas hoje ta lá, no vácuo.
Tem dias que eu acordo e tenho uma vontade gigantesca de descascar essa fruta, fazer cobrinha com a casca, espremer no olho só pra sentir a ardência. Poxa, quando menor, fazer isso era tão divertido. Porque as coisas simples e legais vão perdendo o sabor com o tempo, talvez a vida seja como o chiclete, aquele de tutti fruti, doceeeeee, você mascava umas duas horas, aí acabava o gostinho e corria pro pote de açúcar, há quem diga que chegava guardar na geladeira pra continuar depois do almoço, mas acho que é boato (eu espero).
Quando as coisas perdem o gosto é sinal que você precisa correr pro pote de açúcar, e não me venha dizer que está de dieta, não cola. Podíamos fazer assim ó. Vamos roubar laranja (sim, roubar, por que essa que é a melhor de todas) comer escondido, se lambuzar, depois agente pega umas moedinhas e pede pro tio do bar assim: “O tio me dá tudo de PLOC!” e seremos tão mais felizes...
E quanto a laranja, aquela que ocupa um lugar vazio? Ah sim, que ir lá em casa tomar um suquinho?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Voltando e de POA

Porto Alegre, vista dos jardins da Casa de Cultura Mário Quintana.


Mal comecei, e já deixei de lado. Antes que você me jogue na parede e chicoteie (hhummm isso seria interessante hahahahaha) eu tive bons motivos para o repentino abando. Mas não vou te dar satisfação!

Mudando do saco pra mala. A vida, muito generosa, sempre me reserva umas e outras. Coloca cada figura no meu caminho, só gente fora do “comum”, mas tudo bem, adoro todos justamente por isso. A figura da vez é o casal mais foufo que conheço. A super G e Diegolhes, eles insistem em achar que eu sou legal, tudo bem, tem louco pra tudo.

Essas duas figuras me raptaram e me obrigaram (sim, eu fui quase amarrado rsrsrsr) pra um passeio beeeeem legal. Estive perambulando por um local especial, Porto Alegre, a vizinha e simpática capital gaúcha, fica próxima, e é um centro de cultura, o pior de tudo, eu nunca tinha dado um cheguinho lá. É quase um outro país, um prato cheio pra quem adoooora gente diferente. Visitamos museus, galerias de arte, sentamos nos banquinhos da praça, shopping e uma livraria, que como diriam os próprios gaúchos “Baguale tchê”. Gostei tanto que quero ser raptado por eles denovo. Pronto já cantei a pedra. Agora é só convidar!!!!!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Roda Viva - Chico Buarque

A vida é feita de momentos, bons ou ruins, mas sei que todos eles passam. E esta é só mais uma barreira que eu vou vencer, assim como todas as outras que já passaram pela minha vida.

Em homenagem... uma música beeem legal! Com vocês, Chico!

Tem dias que a gente se sente. Como quem partiu ou morreu. A gente estancou de repente. Ou foi o mundo então que cresceu...

A gente quer ter voz ativa. No nosso destino mandar. Mas eis que chega a roda viva. E carrega o destino prá lá ...

Roda mundo, roda gigante. Roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante. Nas voltas do meu coração...

A gente vai contra a corrente. Até não poder resistir. Na volta do barco é que sente. O quanto deixou de cumprir. Faz tempo que a gente cultiva. A mais linda roseira que há. Mas eis que chega a roda viva. E carrega a roseira prá lá...

Roda mundo, roda gigante. Roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante. Nas voltas do meu coração...

A roda da saia mulata. Não quer mais rodar não senhor. Não posso fazer serenata. A roda de samba acabou...

A gente toma a iniciativa. Viola na rua a cantar. Mas eis que chega a roda viva. E carrega a viola prá lá...

Roda mundo, roda gigante. Roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante. Nas voltas do meu coração...

O samba, a viola, a roseira. Que um dia a fogueira queimou. Foi tudo ilusão passageira. Que a brisa primeira levou...

No peito a saudade cativa. Faz força pro tempo parar. Mas eis que chega a roda viva. E carrega a saudade prá lá ...

Roda mundo, roda gigante. Roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante. Nas voltas do meu coração...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Luxúria em Três Atos - Parte 3 (final)


Esta história propõe-se a vivenciar ângulos diferenciados deste mundo. E foi pensando nisso que na quarta-feira, dia 29 de abril de 2008, quando já passavam da meia-noite, cheguei a um bar na Avenida Centenário, em Criciúma. Na mesma rua, travestis, garotos e garotas de programa passam horas oferecendo-se aos carros e pedestres que por ali passam.

As cenas chocam os mais puritanos. Criciúma é conhecida por ser uma cidade que vive de aparências. Costume de típicas cidades interioranas. O que também é comum nessas cidades é o cinismo de seus moradores, que falam muito da vida alheia, mas não olham para suas próprias atitudes. A Avenida Centenário acabou virando um refúgio para esse tipo de público. Nas quatro horas em que estive ali, vi pessoas proeminentes da sociedade local, que mesmo casados vêem buscar na rua aventuras extraconjugais. Dizer que um mundo tão comum a tantas pessoas ainda seja assunto proibido na rodas de conversas soa mesmo como hipocrisia – e nesse mesmo tom – jogo de esconde e esconde, fui ver com meus próprios olhos o que acontece na avenida da prostituição em Criciúma.

Senti-me hipócrita por viver aquela situação às escuras, mas refletindo melhor a situação acabei concluindo que a forma que escolhi para ver aquele momento pedia esta postura. Você leitor talvez esteja curioso para saber afinal o que vi? Pois bem.

A concentração dos trabalhadores noturnos é nos arredores do supermercado Giassi. Ali, por vários momentos, pude confundir-me. Vi lindas mulheres, que na realidade eram travestis. Homens muito bem vestidos e que se não fosse eu ficar ali por um bom período não teria percebido que eram garotos de programa. Percebo em vários momentos que fui trabalhar com um conceito de prostituição já formado em minha mente. O qual teve de ser derrubado para conseguir perceber o mundo que se desnudava em minha frente. Mulheres da mais variadas formas de beleza desfilaram por mim nesta noite, loiras, morenas peitudas e mulheres de bubum avantajado. Todas com o mesmo objetivo. O sustento próprio.

Há duas horas e meia observando o que se passava, não me contive e precisei circular dentre todas para sentir o clima. Receoso pelas histórias de violência que conheço deste local, enchi-me de coragem e adentrei a rua. Mirei um grupo que me encarava e a passos firmes e largos percebi naquele grupo misto uma garota, duas travestis e um rapaz. Abordei o grupo e eles vieram todos se insinuando: “Aê, ta afim de uma festinha?”. Um pouco sem jeito perguntei os valores de cada um. A faixa de preço era muito parecida, girava entre R$ 30,00 (as travestis) e R$ 50,00 (a garota e o garoto). Agradeci a informação e sob muitas provocações segui em frente. Achei curioso como me senti envergonhado diante de uma situação que julgo ser tão normal, creio que o receio do julgamento social, mesmo para mim, que me sinto com uma cabeça aberta, pesou.

E para finalizar esta incursão fui sentir na pele como seria vender meu próprio corpo. Não no meio “comum” da prostituição, mas sim na nova forma de exposição, a internet. Com seu advento criou-se em torno deste meio uma indústria sexual, um território livre, e sem leis, onde cada um coloca-se da maneira que melhor lhe convir. Homens e mulheres, criminosos e pessoas de bem. Todos se utilizam da mesma ferramenta com objetivos diversos. Entrar em um chat ou sala de bate-papo, como também é conhecida, é se tornar isca fácil de pessoas em busca de aventuras sexuais. O segredo da identidade ajuda a tornar tudo mais cômodo. Devo confessar que em momento algum cogitei a idéia de realizar a tarefa até o fim, ou seja, realizar o programa. Não acredito que para realizar um jornalismo de vivências seja necessário sentir na pele todas as sensações necessárias. Tudo têm seus limites e o meu começa nos meus valores morais. Com esses delírios de minha mente, na sexta-feira, dia 18 de abril de 2008, anunciei em um chat da internet meus serviços de prostituto.

Entro na sala me identificando como “Garoto de programa” e logo anunciei: “Homem, alto, olhos verdes, acompanhante, nível universitário”. Com esse anúncio recebi propostas das mais variadas formas. Todos queriam desfrutar de um corpo com atributos tidos como ideais de beleza e desejo sexual pela sociedade.

A primeira cliente em potencial que se mostra interessada era uma pessoa que se descrevia como uma mulher de 22 anos, empresária e solteira. Em seu relato reclamava o fato de sentir-se muito sozinha e buscava uma relação sexual para saciar a solidão da vida moderna. Um típico caso de estresse pós-moderno. Ela falava com um bom vocabulário, parecia ser uma mulher de fibra, dessas que não é qualquer marmanjo que dobra fácil. Esse estilo “poderosa” de ser da mulher de negócios assusta alguns exemplares de homens, que pelo machismo de sua criação não conseguem aceitar o sucesso profissional de sua parceira.

Meu segundo cliente era um homem. Disse apenas que era jovem e solteiro, se dizia homossexual, buscava uma companhia discreta e agradável e dizia pagar bem. Perguntado sobre sua vida, ele desviava o assunto. Relatava que preferia manter sigilo sobre sua vida particular, mesmo assim consegui a informação de que trabalhava em uma loja de materiais de construção bem conceituada na cidade de Criciúma. Esse me deu trabalho para desviar e cair fora. Ele insistia que poderia me pagar o dobro do valor que eu cobrava pelo programa. Ele já estava oferecendo R$ 300,00 por uma hora de prazeres carnais. O único meio de fugir foi abandonar a sala de bate-papo.

Não quis parar por aqui e no outro dia voltei ao mesmo chat, em busca de novas histórias e prováveis clientes. A sensação de estar oferecendo meu próprio corpo a uma pessoa que nem ao menos sei como é gera extrema insegurança, impotência diante a situação que vai se formando. A caçada precisava recomeçar e lá fui eu anunciando mais uma vez meus serviços de prostituto com o mesmo nickname.

Muitas pessoas vêm e perguntam o valor e quando obtêm a resposta param de teclar. Creio que a curiosidade de chegar em alguém e perguntar o quanto ela custa é uma vaidade do ser humano. Eles não têm essa coragem para perguntar a alguém na rua e numa oportunidade anônima realizam seus desejos ocultos. Para estabelecer o valor que iria anunciar não tive embasamento algum. Apenas estipulei um valor que me parecesse interessante para as duas partes, levando em consideração que a forma como me ofereci era para uma clientela de luxo.

Minha última cliente realmente foi uma surpresa. A mais gloriosa de todas, afinal com ela me senti com a sensação de dever cumprido. Ela usa o nome de “coroa procura”. Puxou papo de uma maneira ímpar em comparação aos outros clientes. Disse boa noite, perguntou como eu estava e com toda a cordialidade e delicadeza possível perguntou se eu estava disponível e se apresentou como uma senhora de 63 anos que era casada, mas buscava uma aventura fora do casamento, seu companheiro não mais a satisfazia. Disse que costumeiramente contratava os serviços de garotos de programa e o fazia pela praticidade “Não quero alardes, se tenho prazer pagando, ninguém precisa saber disso. Principalmente meu marido”.

Uma experiência ímpar. Assim posso definir o que significou a execução desta matéria para mim. O cheiro do sexo é algo que esta em nós. Somos provocados o tempo todo. Mexer com a libido de qualquer um é uma forma de poder. Senti-me sendo colocado à prova e ao mesmo tempo em que venci meus valores, fiz uma auto-avaliação de meu caráter o que, precisou de coragem e muita personalidade. Saber que alguém esta te julgando, que alguém quer ter seu corpo por que esta pagando é algo que realmente assusta.

Luxúria em três Atos - Parte 2

Já eram quase uma hora da manhã quando vejo três moças se aproximarem do grupo. Uma morena de pele clara, aparentando 25 anos, estatura mediana de mulher (1,65m), usava uma calça jeans super justa, uma blusinha bem fina que desenhava seu corpo pouco cuidado, e nos pés uma bota estilo surfwear. Uma mulher de beleza natural, onde se sobressaía na maquiagem que cobria seu rosto, tons acinzentados nos olhos e boca vermelho sangue.

A segunda era menor. Usava um sapato de um salto mediano, mesmo assim não era muito alta. Tinha uma pele morena de sol. Um dourado. Era a mais bonita delas. Comentei com um dos motoristas sobre essa moça e fui informado de sua idade: 16 anos. Cabelos curtos e cacheados, ela vestia uma mini-saia e uma blusinha curta que deixava sua barriga à mostra.
A terceira, uma loirinha (visivelmente de farmácia), tom de pele morena jambo, era a mais baixinha, usava uma micro vestido preto e uma meia fina vermelha e mal se equilibrava sobre um salto muito alto (cerca de uns 15cm). Aparentava ter 30 anos ou mais, tinha no olhar algo de sacana, esperta, atenta a tudo e todos, quando percebeu das muitas perguntas que lhe fazia ela perguntou se eu queria trepar ou bater papo. E pra testar sua paciência resolvi desafiá-la e disse que tava mesmo a fim de papo.


Ela ficou um pouco sem jeito e disse que ninguém quer papo. O negócio é só “fuder” e ir embora. Nesse momento senti um grito de clamor vindo dos olhos dessa moça, ela começou a falar um pouco de sua vida, disse que tem dois nomes, mas só revela o seu nome de guerra (nome usado para prostituição): Sheila. Perguntei o porque do nome e ela disse ser uma homenagem à ex-dançarina do grupo “É o Tcham”, do qual ela era fã. “Desde que comecei a usar esse nome, eu pinto meu cabelo de loira pra poder ficar parecida com ela, e os clientes gostam quando eu faço de conta que sou ela e danço pra eles”, declara Sheila, com ar de moça espevitada. Quando pergunto sobre família, ela desvia o olhar e diz que eles moram longe. Cheguei mais perto dela e em tom de segredo pedi se poderia confiar nela. Ela perguntou se eu era ladrão e na mesma hora neguei, mas queria lhe confessar algo. Ela disse: “vai, manda!”. Então lhe expliquei da situação, que sou estudante de jornalismo e estava ali para fazer uma matéria sobre prostituição. Sua expressão facial pouco mudou. Ela apenas esboçou um: “que legal!”

Um pouco decepcionado pela simples expressão que ela demonstrou, abri um leve sorriso, que foi retribuído. Sheila disse-me que poderia me ajudar e contar histórias do arco da velha, pessoas importantes da sociedade que ela já atendeu e das mais variadas maneiras. Mas o que ainda me incomodava era o fato de querer saber mais sobre sua família. Então ela olhou distante novamente e disse-me sob os olhos embargados que a família dela são seus clientes. “A minha história é triste e não merece que você perca seu tempo escutando, posso te contar histórias muito mais interessantes”. Então insisti e disse que a história que eu realmente estava a fim de ouvir era a dela.

Ela me convidou para andarmos. Então deixamos a cobertura do posto a passos largos e olhares atentos dos que ali ainda estavam. Poucos passos depois ela começa a falar. “Você parece ser um garoto muito novo. Qual sua idade”, perguntou ela. De pronto respondi ter 21anos. Ela perguntou se eu tinha pai, mãe e tudo mais, respondi que sim e todos morávamos juntos. Ela então fica com passos mais lentos e desabafa. “Esse era meu sonho, poder estudar, viver bem com meus pais, irmãos, ter uma vida e tudo que teria direito. Mas eu comecei tudo errado. Meu pai é vagabundo, não trabalha, nem lembro da última vez que ele teve um emprego fixo, minha mãe era faxineira, mas morreu de desgosto quando cai na vida. Meu pai batia na gente, ele enchia a cara, vinha do bar, fazia minha mãe dar o dinheiro pra ele e quando faltava ele alugava a gente pros amigos bêbados dele”.

“Na época eu morava na cidade de Boa Esperança, interior do Espírito Santo, fica a 280 km de Vitória. Eu tinha 14 anos, também tinha outra irmã com 16 anos e meu pai vendia a gente para os amigos dele, aturei isso durante um ano, sem minha mãe saber. Um dia ela descobriu. Eu também já não fazia só quando ele mandava, fazia por que gostava, e o dinheiro era fácil. Na época eu tinha um corpinho novinho, todo mundo queria pegar nos meus peitinhos durinhos, hoje eles só me chingam e ainda pagam pouco pelo serviço. Sei que quando sai de casa minha mãe me expulsou porque descobriu que eu era puta, sai da casa deles e vim morar no sul, vim de carona, e aqui construí minha vida fazendo programa nos postos de gasolina com caminhoneiros. Até tentei parar e trabalhar como doméstica, mas não é fácil parar por que sempre tem alguém que ainda tem teu telefone e aí a tentação do dinheiro bate e não tem jeito”.

Com os olhos lacrimejantes, e uma lágrima solitária que corria pela face, ela deu um sorriso e se recompôs. “Eu já aceitei que o meu destino é viver de ser puta e é isso que eu vou ser enquanto puder”. Depois de cerca de quarenta minutos de conversa, voltamos ao posto e ela disse que precisava ganhar a noite e já era tarde.

Retornei ao posto de combustíveis, ali realmente é um ponto de referência à prostituição, e um convite ao sexo. Ao mesmo tempo em que algumas garotas estão se mostrando aos que por ali passam, outras circulam pelo pátio, batendo de porta em porta dos caminhões e carretas, oferecendo os seus serviços. Um dos fatores mais chocantes e que funciona quase como uma regra para essas profissionais é o tarifário de baixo valor utilizado. A forma que se cobra os serviços é negociada, dependendo do pacote que o cliente pede. Esta informação eu escutei de um dos grupos de motoristas, mas queria ouvir das próprias profissionais.

Aproximei-me de uma delas e perguntei: “quanto custa o programa?” Ela me olhou de cima a baixo, era uma mulher baixinha, sua idade era de aproximadamente 40 anos, aqueles segundos de avaliação dela pareciam eternos. Então, de uma vez só ela me responde: “Você não é muito novinho pra querer uma coroa como eu?”.

Enquanto falava, ela mexia em seu corpo e levantava os peitos como se estivesse me encarando. Um pouco vermelho pelo enfrentamento, retruquei e disse estar disposto a encarar. Ela se aproximou e perguntou quanto eu oferecia, de resposta lhe disse que pagaria o preço justo. Ela me olhou com ar sério mais uma vez e despejou: “ou você realmente é muito inocente ou está querendo me irritar. Vem cá garoto, vou te dar um trato dos bons. Onde a gente pode ir?”
Disse-lhe que estava a pé, ela deu uma risada e falou: “Garoto, o negócio é o seguinte. A trepada completa é R$ 30,00, só o boquete R$ 10,00, tudo com camisinha e você tem que ter um local. Se for sem camisinha a gente tem de negociar o preço. Mas o local é contigo. Então vai querer ou não?” Disse-lhe que buscaria um local e em seguida voltava a lhe procurar, confesso que fiquei um pouco chocado com o preço do aluguel de um corpo.

Foi uma noite de vivências curiosas, nunca imaginei estar em uma situação de julgamento moral como a que passei. Foram seis horas de histórias, cenas bizarras e momentos chocantes. Muitas foram as concubinas de minha noite e histórias como essas são apenas mais uma em meio a um mundo cheio de surpresas e sobressaltos.

Luxuria em Três Atos - Parte 1


“A Casa dos Budas ditosos era uma espécie de templo onde havia dois Budas. Um macho e uma fêmea, em posições sexuais. Os noivos iam até lá antes do casamento para apalpar os órgãos genitais das estátuas, uma espécie de introdução a um casamento bom de cama”. Trecho do livro “A Casa dos Budas ditosos” de João Ubaldo Ribeiro. Essa é uma história que se passava no Japão de muito tempo atrás, inclusive na Grécia antiga existiam superstições semelhantes como a glande de Príapo, onde as noivas deveriam sentar-se em um trono que tinha o formato de pênis, para terem um bom casamento.

O sexo é uma questão cultural, é necessário para a procriação das espécies, todos os animais o praticam. Mas como somos seres capitalistas e temos de ver vantagem em tudo, alguém algum dia, muitos e muitos anos atrás, resolveu cobrar pelo prazer oferecido por seu corpo. Há pouco mais de dois mil anos, temos notícias de uma das mais famosas prostitutas da história. Maria Madalena é um marco na história da prostituição, a prova cabal de que fé, poder e sexo sempre foram veias de um mesmo corpo.

Hoje a prostituição é banalizada, mas ainda mexe com o instinto e curiosidade de muita gente, então me propus a vivenciar este mundo em três etapas: um chat da internet onde entrei com o nome de “Garoto de Programa” e lá anunciava a prestação de serviços sexuais; uma noite na companhia de garotas de programa que atendem no pátio de um posto de combustível às margens da BR 101; e por último uma noite de observação na avenida centenário em Criciúma, onde travestis, prostitutas e garotos de programa fazem ponto.

Prostituição: Devassidão, corrupção, depravação, ato de libertinagem, ato de desmoralizar, aviltar. Alguns dos termos que definem a prostituição no meio lingüístico são cruéis e nem sempre explicitam a realidade. Como colocar a prostituição de um outro ângulo? É o que vamos descobrir a partir de agora. Entrar no meio da prostituição de início causa medo. O medo social e o medo da violência foram os maiores vilões dessa incursão. O mercado do sexo causa espanto, pessoas dos mais variados valores e estirpes freqüentam este meio de histórias engraçadas, dramas familiares e prazeres carnais.

Minha aventura tem início na terça-feira, dia 28 de abril de 2008. Uma noite em que o tempo se mostra frio, o vento sopra forte, mas o frio maior esta na minha barriga. É a primeira vez que vou me submeter à exposição, e conseqüentemente um pré-julgamento de algum conhecido que por ali me vir, é uma maneira diferente de encarar a realidade, falar de igualdade dentre os seres, julgar os preconceituosos, também é uma forma de hipocrisia, afinal nunca senti na pele o que vou sentir hoje. Cheguei pra “trabalhar” às 23h30min, circulei pelo pátio do posto de combustíveis e numa rápida avaliação vi que muitos eram os clientes em potencial. Várias rodas de motoristas se formavam pelo pátio, conversavam sobre assuntos diversos, circulei por ali por cerca de 20 minutos. Fui até o posto onde sentei e conversei com alguns caminhoneiros sobre amenidades até conseguir entrar no assunto dos programas.

Questionei se era fácil conseguir uma garota de programa pra passar a noite. A partir de então é como se eu tivesse sido aceito no clube, pois o tratamento frio até então dispensado a mim foi se modificando e me deixaram a vontade na conversa, como se fossemos velhos amigos. Contaram suas aventuras com as “putas” da estrada, relataram serem casados, mas que a vida na estrada é muito solitária. Um deles ainda desabafa: “procurar as putas é só pra passar o tempo, por que o “tesão” temos dentro e fora de casa também. É diferente do amor que temos pela esposa, isso é só sexo. E a esposa cuida dos filhos, da casa, e é ela que representa a família na minha ausência”.

Especial

Vou postar uma matéria que realmente gostei de fazer....

Se chama "Luxúria em três atos"

Boa Leitura!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

“O Curioso Caso de Benjamin Button” ou “O novo filme do Brad Pitt”


Quem nunca se imaginou com aquela velha vontade “Queria ter 15 anos, mas com a cabeça de hoje”. O novo filme do marido, pop, da Angelina Jolie, Brad Pitt, trata-se, de certa forma desse velho causo popularesco. Em meio a um turbilhão de emoções provocados pela 2º Guerra Mundial, nasce um “menino velho”. Algo no mínimo assustador, a história se desenrola em quase três horas de filme, aí você me fala. “Puta merda, muito tempo pra ficar na poltrona, desconfortável, do cinema, vou esperar chegar em DVD!” Eu lhe digo Nãooooo faça essa insanidade.

Confesso que na minha humilde perspectiva o filme é cheio de muletas, utiliza-se da memória emotiva do fãs do gênero “drama existencial” para sensibilizar o telespectador. São muitas as referências a outros filmes, até mesmo o clássico dramalhão Titanic pode ser lembrado na durante a obra. Mas isso tudo não diminui a obrigatoriedade do individuo aí, de ir ao cinema e contribuir para a milionária indústria cinematográfica, (até pq o Brad precisa sustentar os filhinhos)

A fotografia “de la película” é fantástica, talvez a coisa mais impressionante na obra. Como você pode ver nas imagens de dois momentos do filme. Acredite, o filme inteiro é com o mago das bilheterias, Brad Pitt. Quando eu for grande quero fazer produção assim... A caracterização, jogo de câmeras e efeitos especiais dignos de um Oscar!

Vá ao cinema, veja e chore muito.... AHHHH sim esqueci de avisar, levem lencinhos e um óculos escuros.... e volte aqui para postar seu coments... Fico no aguardo hein!

Bju na Bunda!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Meu, só meu ( Tá e também de quem comentar também, mas só)

Para dar largada a este espaço, gostaria mesmo pôr na roda a discussão sobre a função de um blog. No meu limitado mundinho e pensamento, vejo este espaço como território livre. Onde posso escrever e o que penso, ou até mesmo aquilo que quero que pensem. Um veículo de comunicação livre das amarras comerciais, (Departamento comercial se fudeu! ehhehehhehe) talvez a utopia que professores de Jornalismo ensinam.

Então se eu quiser aqui falar que Nescau é ruim, eu vou falar, se você discordar deixe sua indignação e consternação por um ser humano afirmar tal heresia. (Antes que confundam as bolas... Eu adoro Nescau ta!). O blog é feito pra levantar teorias, (da conspiração também) desabafar, escrever asneiras (é o que mais sai da minha mente), enfim... “Um lugar do caralho” já dizia o “Júpiter Maçã”.

E quer saber. Sim, eu gosto de MPB e música eletrônica, adoro comer rapadura com catchup, levanto da cama pra abrir a geladeira, não pegar nada e volto sem saber o que ia fazer (deu pra entender?). Sabe, coisas normais de um ser humano nada convencional. Simples assim...