sexta-feira, 9 de outubro de 2009
A nova conjuntura social! Ou “O mundo é Bi”
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
“Mi Buenos Aires querido!”
“Mi Buenos Aires querido!”
A capital de nossos vizinhos portenhos é encantadora, um verdadeiro pedacinho europeu no lado latino americano do mundo. Os shows de tango pelas ruas históricas, os cafés, os taxistas mal humorados, a boa carne, restaurantes fantásticos, pessoas inteligentes e bonitas.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Tempo bom, mas chove! e como...
Ahhhhhhh sim. Esses dias de chuva são um transtorno pra vida alheia. Curioso, a cidade passa a vestir e desfilar modelitos ultra “fashions” ou os famosos pretinhos básicos. Calma não estou falando da moda de roupas falo do usual guarda chuva, ou sombrinha como minha mãe fala, por sinal acho um nome tão estranho. Mas vamos aos fatos, o que me deixou tão transtornado a ponto de lembrar que tenho um blog é que passava eu pela rua muito civilizadamente desviando das poças de água, bocas de lobo e buracos na rua (não que centro de Criciúma tenha buracos... longe de mim falar tal heresia).
segunda-feira, 23 de março de 2009
O penetra ou Admirável juventude nova!
O FATO.
Em algumas ocasiões costumo trabalhar, como produtor, em eventos (bodas, festinhas de 15 anos e afins) pois bem. Tenho um certo receio para com uma dessas festas. A tão sonhada apresentação da menina-moça à sociedade é um pesadelo aos meus ouvidos. Já virou praxe. Toda festa de 15 anos precisa de segurança reforçada, não pensem que é por conta de um local violento. Muito pelo contrario, falo das festas mais badaladas da cidade, a fina flor da high socity. Estes terroristas chamados adolescentes e pré adolecentes se fardam dos seus terninhos pretos, cabelos estilo palhacinho descabelado cobertos por um boné que fica torcido na cabeça e um par de tênis estilo skatista. E sem serem convidados para o tal festejo, pertubam a paciência da equipe de segurança.
O que mais impressiona é quantidade destes “tipos”. A petulância e audácia do que são capazes, impressiona. Nesta última festa que presenciei a cena cheguei a tirar por capricho e fazer um razo levantamento da população penetra que se alojava diante ao clube. E o número me assustou! Era uma lista de 300 convidados. O Clube, já passava desta lotação e pude contar cerca de, pasmem, 150 PENETRAS. Um deles chegou até com um buquet de flores dizendo que era o namorado da aniversariante. Na duvida cheguei a questioná-la sobre tal possibilidade e para minha constatação era mais um truque. Mas o garoto não desistiu, mais tarde quando eu estava entrando em um dos banheiros dou de cara com o dito tentando adentrar o recinto pela janela basculante! Feito ladrão que entra na surdina. AHHHHH minha paciência tem limites!
Com muuuuuita vontade peguei o projeto de adolescente pela orelha e passei no meio da festa com os amigos dele todos afinaaaados e o coloquei na rua. Por fim o individuo teve aldacia de dizer. “Te pego na saída” hahahhaha me senti de volta ao ensino fundamental. Descobri o telefone do pai do pentelho e liguei para vir recolher o arruaceiro. E meu maior prazer foi ver o menino correndo do pai, que com um cinto dava voltas e voltas no estacionamento!
terça-feira, 10 de março de 2009
Quanto é, que é, que você que?
Um senhor (devia ter seus 50 anos), tentava sacar o dinheiro de sua aposentadoria, ele passou em todos os caixas eletrônicos, mas quando ele começava a operação, o terminal parava de funcionar. Na última tentativa, a máquina acusou saldo insuficiente. Ou seja, o dinheiro foi descontado da conta, mas ele não conseguiu resgatar. Resultado disso foi a indignação de mais de uma dezena de pessoas que ali estavam. O espírito de união do brasileiro tomou conta da massa e todos gritavam em coro. JUSTIÇA! (me senti no movimento diretas já! hahahhaha)
No meio dessa confusão toda, a moça que presta auxilio ao usuário subiu nas tamancas, e gritava “Calem a boca!”, e pediu a palavra, a qual foi concedida. Ela explicou que o funcionamento dos equipamentos estava prejudicado por problemas técnicos (todos os dias???). E pediu que todos utilizassem esse único caixa. O primeiro foi o tal senhor... Então ela pergunta. “Quanto o senhor quer sacar?” ele “R$ 500” então a moça grita “João, o tio aqui quer 500 pila” Lá atrás da máquina uma voz solta “Quanto é, que é, que você que?” ela repete, então o João coloca o dinheiro pelo buraco da máquina...
E foi assim que a fila foi se diluindo. Eu fiquei sabendo do número da conta e dos valores que cada um sacou. Uma exposição enorme, fora o constrangimento, um absurdo de serviço, somos obrigados a passar por cada uma que vou te contar hein!
quarta-feira, 4 de março de 2009
Crise Econômica Mundial
segunda-feira, 2 de março de 2009
Gentileza gera gentileza
Nesta ocasião minha descolada e antenada colega contou-me a história do Sr. Gentileza, um simpático “profeta” que circulava pelas ruas, da metrópole, São Paulo. E pregava o bordão “Gentileza, gera gentileza”. Um gesto humano, no meio de uma sociedade desacreditada de compaixão. A partir de então esta música, tem tocado muito mais em meu “player”, só que o destino, como diria um patinho muito simpático “é um cálculo matemático” e um cálculo tem sempre um resultado.
O resultado disso, pra mim, é que hoje aprendi a agradecer, não só o simples fato de dizer obrigado, mas de ser alguém que você gostaria que fossem com você! Na hora certa você será recompensado, mas não faça por obrigação, faça de coração, dar e receber é um velho ditado, mas pouco aplicado.
Eu sonho com uma sociedade mais justa e igualitária, e você, não prefere o amor ao ódio¿ Perdoe, mas de coração, sem mágoas, tente entender! Você será muitoooo mais feliz!
Mudei!
Uma forma diferente de colocar mais vida-cor na minha própria vida, apesar de ela andar bem coloridinha, mas isso não é assunto pra este espaço hehehehe.
Não tenho o cheiro das uvas do vinho, mas tenho as cores que a vida proporciona, delicie este cálice, e entorne o álcool destas mal traçadas linhas (momento não sei o que me deu).
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Nada de Saliências!
“Au revoir”
“Adieu”
Nostálgico, não?
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Tenho uma laranja! ou um chiclete "Ploc".
Tem dias que eu acordo e tenho uma vontade gigantesca de descascar essa fruta, fazer cobrinha com a casca, espremer no olho só pra sentir a ardência. Poxa, quando menor, fazer isso era tão divertido. Porque as coisas simples e legais vão perdendo o sabor com o tempo, talvez a vida seja como o chiclete, aquele de tutti fruti, doceeeeee, você mascava umas duas horas, aí acabava o gostinho e corria pro pote de açúcar, há quem diga que chegava guardar na geladeira pra continuar depois do almoço, mas acho que é boato (eu espero).
Quando as coisas perdem o gosto é sinal que você precisa correr pro pote de açúcar, e não me venha dizer que está de dieta, não cola. Podíamos fazer assim ó. Vamos roubar laranja (sim, roubar, por que essa que é a melhor de todas) comer escondido, se lambuzar, depois agente pega umas moedinhas e pede pro tio do bar assim: “O tio me dá tudo de PLOC!” e seremos tão mais felizes...
E quanto a laranja, aquela que ocupa um lugar vazio? Ah sim, que ir lá em casa tomar um suquinho?
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Voltando e de POA
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Roda Viva - Chico Buarque
A vida é feita de momentos, bons ou ruins, mas sei que todos eles passam. E esta é só mais uma barreira que eu vou vencer, assim como todas as outras que já passaram pela minha vida.
Em homenagem... uma música beeem legal! Com vocês, Chico!
Tem dias que a gente se sente. Como quem partiu ou morreu. A gente estancou de repente. Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa. No nosso destino mandar. Mas eis que chega a roda viva. E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante. Roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante. Nas voltas do meu coração...
A gente vai contra a corrente. Até não poder resistir. Na volta do barco é que sente. O quanto deixou de cumprir. Faz tempo que a gente cultiva. A mais linda roseira que há. Mas eis que chega a roda viva. E carrega a roseira prá lá...
Roda mundo, roda gigante. Roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante. Nas voltas do meu coração...
A roda da saia mulata. Não quer mais rodar não senhor. Não posso fazer serenata. A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa. Viola na rua a cantar. Mas eis que chega a roda viva. E carrega a viola prá lá...
Roda mundo, roda gigante. Roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante. Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira. Que um dia a fogueira queimou. Foi tudo ilusão passageira. Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa. Faz força pro tempo parar. Mas eis que chega a roda viva. E carrega a saudade prá lá ...
Roda mundo, roda gigante. Roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante. Nas voltas do meu coração...
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Luxúria em Três Atos - Parte 3 (final)
As cenas chocam os mais puritanos. Criciúma é conhecida por ser uma cidade que vive de aparências. Costume de típicas cidades interioranas. O que também é comum nessas cidades é o cinismo de seus moradores, que falam muito da vida alheia, mas não olham para suas próprias atitudes. A Avenida Centenário acabou virando um refúgio para esse tipo de público. Nas quatro horas em que estive ali, vi pessoas proeminentes da sociedade local, que mesmo casados vêem buscar na rua aventuras extraconjugais. Dizer que um mundo tão comum a tantas pessoas ainda seja assunto proibido na rodas de conversas soa mesmo como hipocrisia – e nesse mesmo tom – jogo de esconde e esconde, fui ver com meus próprios olhos o que acontece na avenida da prostituição em Criciúma.
Senti-me hipócrita por viver aquela situação às escuras, mas refletindo melhor a situação acabei concluindo que a forma que escolhi para ver aquele momento pedia esta postura. Você leitor talvez esteja curioso para saber afinal o que vi? Pois bem.
A concentração dos trabalhadores noturnos é nos arredores do supermercado Giassi. Ali, por vários momentos, pude confundir-me. Vi lindas mulheres, que na realidade eram travestis. Homens muito bem vestidos e que se não fosse eu ficar ali por um bom período não teria percebido que eram garotos de programa. Percebo em vários momentos que fui trabalhar com um conceito de prostituição já formado em minha mente. O qual teve de ser derrubado para conseguir perceber o mundo que se desnudava em minha frente. Mulheres da mais variadas formas de beleza desfilaram por mim nesta noite, loiras, morenas peitudas e mulheres de bubum avantajado. Todas com o mesmo objetivo. O sustento próprio.
Há duas horas e meia observando o que se passava, não me contive e precisei circular dentre todas para sentir o clima. Receoso pelas histórias de violência que conheço deste local, enchi-me de coragem e adentrei a rua. Mirei um grupo que me encarava e a passos firmes e largos percebi naquele grupo misto uma garota, duas travestis e um rapaz. Abordei o grupo e eles vieram todos se insinuando: “Aê, ta afim de uma festinha?”. Um pouco sem jeito perguntei os valores de cada um. A faixa de preço era muito parecida, girava entre R$ 30,00 (as travestis) e R$ 50,00 (a garota e o garoto). Agradeci a informação e sob muitas provocações segui em frente. Achei curioso como me senti envergonhado diante de uma situação que julgo ser tão normal, creio que o receio do julgamento social, mesmo para mim, que me sinto com uma cabeça aberta, pesou.
E para finalizar esta incursão fui sentir na pele como seria vender meu próprio corpo. Não no meio “comum” da prostituição, mas sim na nova forma de exposição, a internet. Com seu advento criou-se em torno deste meio uma indústria sexual, um território livre, e sem leis, onde cada um coloca-se da maneira que melhor lhe convir. Homens e mulheres, criminosos e pessoas de bem. Todos se utilizam da mesma ferramenta com objetivos diversos. Entrar em um chat ou sala de bate-papo, como também é conhecida, é se tornar isca fácil de pessoas em busca de aventuras sexuais. O segredo da identidade ajuda a tornar tudo mais cômodo. Devo confessar que em momento algum cogitei a idéia de realizar a tarefa até o fim, ou seja, realizar o programa. Não acredito que para realizar um jornalismo de vivências seja necessário sentir na pele todas as sensações necessárias. Tudo têm seus limites e o meu começa nos meus valores morais. Com esses delírios de minha mente, na sexta-feira, dia 18 de abril de 2008, anunciei em um chat da internet meus serviços de prostituto.
Entro na sala me identificando como “Garoto de programa” e logo anunciei: “Homem, alto, olhos verdes, acompanhante, nível universitário”. Com esse anúncio recebi propostas das mais variadas formas. Todos queriam desfrutar de um corpo com atributos tidos como ideais de beleza e desejo sexual pela sociedade.
A primeira cliente em potencial que se mostra interessada era uma pessoa que se descrevia como uma mulher de 22 anos, empresária e solteira. Em seu relato reclamava o fato de sentir-se muito sozinha e buscava uma relação sexual para saciar a solidão da vida moderna. Um típico caso de estresse pós-moderno. Ela falava com um bom vocabulário, parecia ser uma mulher de fibra, dessas que não é qualquer marmanjo que dobra fácil. Esse estilo “poderosa” de ser da mulher de negócios assusta alguns exemplares de homens, que pelo machismo de sua criação não conseguem aceitar o sucesso profissional de sua parceira.
Meu segundo cliente era um homem. Disse apenas que era jovem e solteiro, se dizia homossexual, buscava uma companhia discreta e agradável e dizia pagar bem. Perguntado sobre sua vida, ele desviava o assunto. Relatava que preferia manter sigilo sobre sua vida particular, mesmo assim consegui a informação de que trabalhava em uma loja de materiais de construção bem conceituada na cidade de Criciúma. Esse me deu trabalho para desviar e cair fora. Ele insistia que poderia me pagar o dobro do valor que eu cobrava pelo programa. Ele já estava oferecendo R$ 300,00 por uma hora de prazeres carnais. O único meio de fugir foi abandonar a sala de bate-papo.
Não quis parar por aqui e no outro dia voltei ao mesmo chat, em busca de novas histórias e prováveis clientes. A sensação de estar oferecendo meu próprio corpo a uma pessoa que nem ao menos sei como é gera extrema insegurança, impotência diante a situação que vai se formando. A caçada precisava recomeçar e lá fui eu anunciando mais uma vez meus serviços de prostituto com o mesmo nickname.
Muitas pessoas vêm e perguntam o valor e quando obtêm a resposta param de teclar. Creio que a curiosidade de chegar em alguém e perguntar o quanto ela custa é uma vaidade do ser humano. Eles não têm essa coragem para perguntar a alguém na rua e numa oportunidade anônima realizam seus desejos ocultos. Para estabelecer o valor que iria anunciar não tive embasamento algum. Apenas estipulei um valor que me parecesse interessante para as duas partes, levando em consideração que a forma como me ofereci era para uma clientela de luxo.
Minha última cliente realmente foi uma surpresa. A mais gloriosa de todas, afinal com ela me senti com a sensação de dever cumprido. Ela usa o nome de “coroa procura”. Puxou papo de uma maneira ímpar em comparação aos outros clientes. Disse boa noite, perguntou como eu estava e com toda a cordialidade e delicadeza possível perguntou se eu estava disponível e se apresentou como uma senhora de 63 anos que era casada, mas buscava uma aventura fora do casamento, seu companheiro não mais a satisfazia. Disse que costumeiramente contratava os serviços de garotos de programa e o fazia pela praticidade “Não quero alardes, se tenho prazer pagando, ninguém precisa saber disso. Principalmente meu marido”.
Uma experiência ímpar. Assim posso definir o que significou a execução desta matéria para mim. O cheiro do sexo é algo que esta em nós. Somos provocados o tempo todo. Mexer com a libido de qualquer um é uma forma de poder. Senti-me sendo colocado à prova e ao mesmo tempo em que venci meus valores, fiz uma auto-avaliação de meu caráter o que, precisou de coragem e muita personalidade. Saber que alguém esta te julgando, que alguém quer ter seu corpo por que esta pagando é algo que realmente assusta.
Luxúria em três Atos - Parte 2
A segunda era menor. Usava um sapato de um salto mediano, mesmo assim não era muito alta. Tinha uma pele morena de sol. Um dourado. Era a mais bonita delas. Comentei com um dos motoristas sobre essa moça e fui informado de sua idade: 16 anos. Cabelos curtos e cacheados, ela vestia uma mini-saia e uma blusinha curta que deixava sua barriga à mostra.
A terceira, uma loirinha (visivelmente de farmácia), tom de pele morena jambo, era a mais baixinha, usava uma micro vestido preto e uma meia fina vermelha e mal se equilibrava sobre um salto muito alto (cerca de uns 15cm). Aparentava ter 30 anos ou mais, tinha no olhar algo de sacana, esperta, atenta a tudo e todos, quando percebeu das muitas perguntas que lhe fazia ela perguntou se eu queria trepar ou bater papo. E pra testar sua paciência resolvi desafiá-la e disse que tava mesmo a fim de papo.
Ela ficou um pouco sem jeito e disse que ninguém quer papo. O negócio é só “fuder” e ir embora. Nesse momento senti um grito de clamor vindo dos olhos dessa moça, ela começou a falar um pouco de sua vida, disse que tem dois nomes, mas só revela o seu nome de guerra (nome usado para prostituição): Sheila. Perguntei o porque do nome e ela disse ser uma homenagem à ex-dançarina do grupo “É o Tcham”, do qual ela era fã. “Desde que comecei a usar esse nome, eu pinto meu cabelo de loira pra poder ficar parecida com ela, e os clientes gostam quando eu faço de conta que sou ela e danço pra eles”, declara Sheila, com ar de moça espevitada. Quando pergunto sobre família, ela desvia o olhar e diz que eles moram longe. Cheguei mais perto dela e em tom de segredo pedi se poderia confiar nela. Ela perguntou se eu era ladrão e na mesma hora neguei, mas queria lhe confessar algo. Ela disse: “vai, manda!”. Então lhe expliquei da situação, que sou estudante de jornalismo e estava ali para fazer uma matéria sobre prostituição. Sua expressão facial pouco mudou. Ela apenas esboçou um: “que legal!”
Um pouco decepcionado pela simples expressão que ela demonstrou, abri um leve sorriso, que foi retribuído. Sheila disse-me que poderia me ajudar e contar histórias do arco da velha, pessoas importantes da sociedade que ela já atendeu e das mais variadas maneiras. Mas o que ainda me incomodava era o fato de querer saber mais sobre sua família. Então ela olhou distante novamente e disse-me sob os olhos embargados que a família dela são seus clientes. “A minha história é triste e não merece que você perca seu tempo escutando, posso te contar histórias muito mais interessantes”. Então insisti e disse que a história que eu realmente estava a fim de ouvir era a dela.
Ela me convidou para andarmos. Então deixamos a cobertura do posto a passos largos e olhares atentos dos que ali ainda estavam. Poucos passos depois ela começa a falar. “Você parece ser um garoto muito novo. Qual sua idade”, perguntou ela. De pronto respondi ter 21anos. Ela perguntou se eu tinha pai, mãe e tudo mais, respondi que sim e todos morávamos juntos. Ela então fica com passos mais lentos e desabafa. “Esse era meu sonho, poder estudar, viver bem com meus pais, irmãos, ter uma vida e tudo que teria direito. Mas eu comecei tudo errado. Meu pai é vagabundo, não trabalha, nem lembro da última vez que ele teve um emprego fixo, minha mãe era faxineira, mas morreu de desgosto quando cai na vida. Meu pai batia na gente, ele enchia a cara, vinha do bar, fazia minha mãe dar o dinheiro pra ele e quando faltava ele alugava a gente pros amigos bêbados dele”.
“Na época eu morava na cidade de Boa Esperança, interior do Espírito Santo, fica a 280 km de Vitória. Eu tinha 14 anos, também tinha outra irmã com 16 anos e meu pai vendia a gente para os amigos dele, aturei isso durante um ano, sem minha mãe saber. Um dia ela descobriu. Eu também já não fazia só quando ele mandava, fazia por que gostava, e o dinheiro era fácil. Na época eu tinha um corpinho novinho, todo mundo queria pegar nos meus peitinhos durinhos, hoje eles só me chingam e ainda pagam pouco pelo serviço. Sei que quando sai de casa minha mãe me expulsou porque descobriu que eu era puta, sai da casa deles e vim morar no sul, vim de carona, e aqui construí minha vida fazendo programa nos postos de gasolina com caminhoneiros. Até tentei parar e trabalhar como doméstica, mas não é fácil parar por que sempre tem alguém que ainda tem teu telefone e aí a tentação do dinheiro bate e não tem jeito”.
Com os olhos lacrimejantes, e uma lágrima solitária que corria pela face, ela deu um sorriso e se recompôs. “Eu já aceitei que o meu destino é viver de ser puta e é isso que eu vou ser enquanto puder”. Depois de cerca de quarenta minutos de conversa, voltamos ao posto e ela disse que precisava ganhar a noite e já era tarde.
Retornei ao posto de combustíveis, ali realmente é um ponto de referência à prostituição, e um convite ao sexo. Ao mesmo tempo em que algumas garotas estão se mostrando aos que por ali passam, outras circulam pelo pátio, batendo de porta em porta dos caminhões e carretas, oferecendo os seus serviços. Um dos fatores mais chocantes e que funciona quase como uma regra para essas profissionais é o tarifário de baixo valor utilizado. A forma que se cobra os serviços é negociada, dependendo do pacote que o cliente pede. Esta informação eu escutei de um dos grupos de motoristas, mas queria ouvir das próprias profissionais.
Aproximei-me de uma delas e perguntei: “quanto custa o programa?” Ela me olhou de cima a baixo, era uma mulher baixinha, sua idade era de aproximadamente 40 anos, aqueles segundos de avaliação dela pareciam eternos. Então, de uma vez só ela me responde: “Você não é muito novinho pra querer uma coroa como eu?”.
Enquanto falava, ela mexia em seu corpo e levantava os peitos como se estivesse me encarando. Um pouco vermelho pelo enfrentamento, retruquei e disse estar disposto a encarar. Ela se aproximou e perguntou quanto eu oferecia, de resposta lhe disse que pagaria o preço justo. Ela me olhou com ar sério mais uma vez e despejou: “ou você realmente é muito inocente ou está querendo me irritar. Vem cá garoto, vou te dar um trato dos bons. Onde a gente pode ir?”
Disse-lhe que estava a pé, ela deu uma risada e falou: “Garoto, o negócio é o seguinte. A trepada completa é R$ 30,00, só o boquete R$ 10,00, tudo com camisinha e você tem que ter um local. Se for sem camisinha a gente tem de negociar o preço. Mas o local é contigo. Então vai querer ou não?” Disse-lhe que buscaria um local e em seguida voltava a lhe procurar, confesso que fiquei um pouco chocado com o preço do aluguel de um corpo.
Foi uma noite de vivências curiosas, nunca imaginei estar em uma situação de julgamento moral como a que passei. Foram seis horas de histórias, cenas bizarras e momentos chocantes. Muitas foram as concubinas de minha noite e histórias como essas são apenas mais uma em meio a um mundo cheio de surpresas e sobressaltos.
Luxuria em Três Atos - Parte 1
“A Casa dos Budas ditosos era uma espécie de templo onde havia dois Budas. Um macho e uma fêmea, em posições sexuais. Os noivos iam até lá antes do casamento para apalpar os órgãos genitais das estátuas, uma espécie de introdução a um casamento bom de cama”. Trecho do livro “A Casa dos Budas ditosos” de João Ubaldo Ribeiro. Essa é uma história que se passava no Japão de muito tempo atrás, inclusive na Grécia antiga existiam superstições semelhantes como a glande de Príapo, onde as noivas deveriam sentar-se em um trono que tinha o formato de pênis, para terem um bom casamento.
O sexo é uma questão cultural, é necessário para a procriação das espécies, todos os animais o praticam. Mas como somos seres capitalistas e temos de ver vantagem em tudo, alguém algum dia, muitos e muitos anos atrás, resolveu cobrar pelo prazer oferecido por seu corpo. Há pouco mais de dois mil anos, temos notícias de uma das mais famosas prostitutas da história. Maria Madalena é um marco na história da prostituição, a prova cabal de que fé, poder e sexo sempre foram veias de um mesmo corpo.
Hoje a prostituição é banalizada, mas ainda mexe com o instinto e curiosidade de muita gente, então me propus a vivenciar este mundo em três etapas: um chat da internet onde entrei com o nome de “Garoto de Programa” e lá anunciava a prestação de serviços sexuais; uma noite na companhia de garotas de programa que atendem no pátio de um posto de combustível às margens da BR 101; e por último uma noite de observação na avenida centenário em Criciúma, onde travestis, prostitutas e garotos de programa fazem ponto.
Prostituição: Devassidão, corrupção, depravação, ato de libertinagem, ato de desmoralizar, aviltar. Alguns dos termos que definem a prostituição no meio lingüístico são cruéis e nem sempre explicitam a realidade. Como colocar a prostituição de um outro ângulo? É o que vamos descobrir a partir de agora. Entrar no meio da prostituição de início causa medo. O medo social e o medo da violência foram os maiores vilões dessa incursão. O mercado do sexo causa espanto, pessoas dos mais variados valores e estirpes freqüentam este meio de histórias engraçadas, dramas familiares e prazeres carnais.
Minha aventura tem início na terça-feira, dia 28 de abril de 2008. Uma noite em que o tempo se mostra frio, o vento sopra forte, mas o frio maior esta na minha barriga. É a primeira vez que vou me submeter à exposição, e conseqüentemente um pré-julgamento de algum conhecido que por ali me vir, é uma maneira diferente de encarar a realidade, falar de igualdade dentre os seres, julgar os preconceituosos, também é uma forma de hipocrisia, afinal nunca senti na pele o que vou sentir hoje. Cheguei pra “trabalhar” às 23h30min, circulei pelo pátio do posto de combustíveis e numa rápida avaliação vi que muitos eram os clientes em potencial. Várias rodas de motoristas se formavam pelo pátio, conversavam sobre assuntos diversos, circulei por ali por cerca de 20 minutos. Fui até o posto onde sentei e conversei com alguns caminhoneiros sobre amenidades até conseguir entrar no assunto dos programas.
Questionei se era fácil conseguir uma garota de programa pra passar a noite. A partir de então é como se eu tivesse sido aceito no clube, pois o tratamento frio até então dispensado a mim foi se modificando e me deixaram a vontade na conversa, como se fossemos velhos amigos. Contaram suas aventuras com as “putas” da estrada, relataram serem casados, mas que a vida na estrada é muito solitária. Um deles ainda desabafa: “procurar as putas é só pra passar o tempo, por que o “tesão” temos dentro e fora de casa também. É diferente do amor que temos pela esposa, isso é só sexo. E a esposa cuida dos filhos, da casa, e é ela que representa a família na minha ausência”.
Especial
Se chama "Luxúria em três atos"
Boa Leitura!
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
“O Curioso Caso de Benjamin Button” ou “O novo filme do Brad Pitt”
Quem nunca se imaginou com aquela velha vontade “Queria ter 15 anos, mas com a cabeça de hoje”. O novo filme do marido, pop, da Angelina Jolie, Brad Pitt, trata-se, de certa forma desse velho causo popularesco. Em meio a um turbilhão de emoções provocados pela 2º Guerra Mundial, nasce um “menino velho”. Algo no mínimo assustador, a história se desenrola em quase três horas de filme, aí você me fala. “Puta merda, muito tempo pra ficar na poltrona, desconfortável, do cinema, vou esperar chegar em DVD!” Eu lhe digo Nãooooo faça essa insanidade.
Confesso que na minha humilde perspectiva o filme é cheio de muletas, utiliza-se da memória emotiva do fãs do gênero “drama existencial” para sensibilizar o telespectador. São muitas as referências a outros filmes, até mesmo o clássico dramalhão Titanic pode ser lembrado na durante a obra. Mas isso tudo não diminui a obrigatoriedade do individuo aí, de ir ao cinema e contribuir para a milionária indústria cinematográfica, (até pq o Brad precisa sustentar os filhinhos)
A fotografia “de la película” é fantástica, talvez a coisa mais impressionante na obra. Como você pode ver nas imagens de dois momentos do filme. Acredite, o filme inteiro é com o mago das bilheterias, Brad Pitt. Quando eu for grande quero fazer produção assim... A caracterização, jogo de câmeras e efeitos especiais dignos de um Oscar!
Vá ao cinema, veja e chore muito.... AHHHH sim esqueci de avisar, levem lencinhos e um óculos escuros.... e volte aqui para postar seu coments... Fico no aguardo hein!
Bju na Bunda!
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Meu, só meu ( Tá e também de quem comentar também, mas só)
Então se eu quiser aqui falar que Nescau é ruim, eu vou falar, se você discordar deixe sua indignação e consternação por um ser humano afirmar tal heresia. (Antes que confundam as bolas... Eu adoro Nescau ta!). O blog é feito pra levantar teorias, (da conspiração também) desabafar, escrever asneiras (é o que mais sai da minha mente), enfim... “Um lugar do caralho” já dizia o “Júpiter Maçã”.
E quer saber. Sim, eu gosto de MPB e música eletrônica, adoro comer rapadura com catchup, levanto da cama pra abrir a geladeira, não pegar nada e volto sem saber o que ia fazer (deu pra entender?). Sabe, coisas normais de um ser humano nada convencional. Simples assim...
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Estréia!
Mais um!
Poder compartilhar idéias, escrever tiradas legais, praticar a escrita, sempre me entusiasmo. Acho que este é o terceiro blog que crio. Mas sempre acabo esquecendo a senha, ou até mesmo que ele existe. Me empolgo com a vida real e deixo de lado o mundinho nerds da internet. Mas desta vez a coisa vai.
A diferença é que desta vez existe maturidade. Quero realmente dividir coisas... e dessa vez também tenho o que dividir. Qual o tom deste espaço¿¿ boa pergunta só sei que quero compartilhar anseios, idéias e coisas legais.
Façamos um acordo. Eu me comprometo eu visitar este espaço para dar pitacos e você vem deixa seu parecer.... ok¿ então...
Bju na bunda!